De um lado, gestores de negócios preocupados em melhorar constantemente os resultados de suas organizações. Do outro, gestores de TI que podem contribuir com os objetivos traçados.
Mas por que razão precisa haver dois lados? Ambos não são partes do mesmo negócio? Esta é umas das questões que habita os bastidores de qualquer organização desde o surgimento da TI.
O cenário econômico mundial tem pressionado as empresas para a melhoria de desempenho, eficiência e redução de custos. Todas enfrentam novos desafios e precisam ultrapassar barreiras para mudar. E a tecnologia tem um papel fundamental em todos estes assuntos, pois ajuda a criar novas formas de relacionamento com os consumidores, novos produtos e mais informação para os colaboradores. Ou seja, a tecnologia pode gerar valor, servindo como alavanca para impulsionar o negócio rumo à inovação.
Para que todo o potencial que a TI pode oferecer seja disponibilizado às organizações, é necessário que haja alinhamento e diálogo entre duas figuras chaves: o CEO e o CIO. Sem cumplicidade entre estes dois executivos não há empresa que consiga tirar do papel os seus maravilhosos planos estratégicos.
Exigir que a TI seja estratégica sem dar espaço para o CIO participar do planejamento e das decisões estratégicas não funciona. Da mesma forma que aguardar que o direcionamento de TI venha do CEO também não dá certo.
Com a palavra o CEO
É consenso. Os CEOs esperam que o responsável pela área de TI entenda e domine tecnologia. É muito mais tranqüilizador saber que as iniciativas de TI estão sob o controle de alguém que tem experiência técnica.
No entanto, não é só isso que se espera de um CIO. Fazer parte do “nível C” da organização não basta para demonstrar como é estratégico o cargo. Na época dos CPDs, ser um profissional com foco em tecnologia era aceitável. Hoje em dia, os CEOs esperam que os gestores da área de tecnologia da informação possam sentar à mesa com seus pares e conversar de igual para igual, sem denunciar pelo seu jargão que são CIOs. Ou seja, cada vez mais, os CIOs precisam saber falar sobre negócios. Não desprezando todo o conhecimento e competência na área técnica, que é o mínimo que se espera de um CIO.
Além de saber falar sobre negócios, é preciso entender do negócio, a ponto de poder dizer onde os investimentos de TI podem agregar valor e fazer a diferença. E para que isso seja possível, é preciso participar das operações e ver as coisas acontecendo.
Quanto mais falam de negócios, mais perto os CIOs ficam das posições ligadas aos negócios. Há casos em que o CIO migra para funções de COO ou CEO. Kevin Turner, que foi CIO do Wal-Mart, se tornou vice-presidente na mesma empresa, depois CEO do Sam’s Club e COO da Microsoft. Bob Martin também atuou como CIO do Wal-Mart e depois se tornou o CEO e presidente da empresa. Michael Capellas foi CIO, COO e CEO da Compaq, presidente da HP, CEO da MCI (conhecida como WorldCom) e, atualmente, membro do conselho diretor da Cisco Systems.
Os três tipos de CIOs
Os que não fazem acontecer
- Não estão alinhados com a estratégia da organização
- Aguardam que o CEO (ou alguém) defina quais são os projetos prioritários
Os que mantém as coisas funcionando
- Até que se cansam e vão embora
- Ou são demitidos
Os que fazem acontecer
- Conseguem justificar os investimentos necessários
- Agregam valor ao negócio
- Participam ativamente das questões estratégicas
O CIO do Futuro
São poucas as áreas que mudaram tanto e tão rápido como a área de TI. Da década de 70, época do cartão perfurado, até os dias de hoje, assistimos a um espetáculo de desenvolvimento e inovação. Computadores que ocupavam uma sala inteira agora cabem no bolso do seu paletó. Com a diferença que a versão de bolso tem muito mais capacidade de processamento e armazenamento. Há menos de 20 anos, celulares e internet nem sequer faziam parte do cenário corporativo. Hoje temos negócios bilionários construídos a partir destas tecnologias. Toda essa evolução em tão pouco tempo é, sem sombra de dúvida, espantosa.
Mas e o que dizer dos profissionais que atuam na área de TI? Desde que a informática passou a fazer parte do cotidiano das organizações, o papel (e o perfil) dos profissionais responsáveis por esta área tem mudado tanto quanto a própria tecnologia. No início, competências técnicas falavam mais alto. Conhecer e dominar a tecnologia eram pré-requisitos para qualquer gestor. Com o tempo, apareceu a necessidade do conhecimento em processos, em uma época que se falava em reengenharia. Depois chegou a vez das habilidades em liderar equipes cada vez maiores, reter e desenvolver talentos. Agora é hora do profissional de TI, que é um executivo de negócios e participa das questões estratégicas das organizações.
Se esta é uma das profissões que mais mudou nos últimos tempos, acompanhar e estar preparado para ser um bom CIO vêm ficando cada vez mais difícil. Os CIOS se desenvolveram e evoluíram. Antes, os usuários perguntavam como utilizar a tecnologia que lhes era disponibilizada. Hoje é comum os CIOs aconselharem altos executivos que querem saber o que a tecnologia pode fazer pelo negócio e seus clientes. Atuar na área de TI significa estar alinhando com os objetivos estratégicos da empresa, os processos críticos de negócios, a dinâmica do mercado, o que os clientes querem e, acima de tudo, poder medir e avaliar o desempenho dos projetos e das iniciativas que são colocadas em prática.
Darwin A. John, que foi CIO do FBI e da Scott Paper e é considerado um dos primeiros profissionais a ser chamado de CIO, disse uma vez que aprendeu duas coisas em toda a sua vida:
1. Suas contribuições fazem diferença no mundo
2. Você está sempre aprendendo e crescendo
Um aprendizado válido para qualquer CIO...
Entenda do negócio
Conheça tudo o que você puder sobre o negócio. Como está o mercado, quem são os clientes, como está sua empresa, onde ela pretende chegar e como vai chegar lá. Participe das reuniões, escute atentamente e faça perguntas que o ajudem a entender o cenário completo, da perspectiva do CEO. Se puder, vá até a linha de frente e vivencie os processos da sua empresa. Não há nada melhor para saber onde você pode agregar valor.
Escolha bem os projetos
Se você entende do negócio então fica muito mais fácil saber em quais projetos investir. Quais têm maior impacto no negócio? Quais produzirão os melhores resultados? E principalmente, como medir os impactos? Faça sua escolha e prepare-se para gerar resultados.
Relacione-se
Nenhum projeto segue adiante se você não tiver a habilidade de se relacionar com a sua equipe, seus pares, superiores ou fornecedores. Afinal, são as pessoas que fazem as coisas acontecerem, ou não.
Desenvolva novas competências
Estar à frente da área de TI nos dias atuais não tem mais a ver apenas com tecnologia. Assim como liderança é uma competência indispensável para qualquer gestor, existem outros conhecimentos que podem ajudá-lo bastante. É cada vez mais freqüente a nomeação de profissionais que não vem da área de TI para ocuparem o cargo de CIO. Se possível, desenvolva-se em marketing ou administração de empresas, por exemplo. São competências complementares que vão ajudá-lo na sua carreira.
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
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